CPI da Pedofilia recebe profissionais da saúde que atuam contra o abuso infantil
Com o objetivo de colher informações sobre o tratamento pertinente à área da saúde a 4ª reunião ordinária da CPI da Pedofilia e do Enfrentamento ao Abuso Sexual Infanto-Juvenil recebeu, na quinta-feira (30/4), quatro especialistas no assunto que apresentaram subsídios técnicos aos vereadores.
Primeira a palestrar, a representante da Secretaria Municipal da Saúde, Mariângela Aoki, apresentou à comissão os trabalhos prestados pela pasta, entre eles a prevenção e promoção da cultura de paz. A violência intrafamiliar a que estão submetidas crianças e adolescentes acontece pela vulnerabilidade da vítima, mesmas condições em que se encontram mulheres e idosos. A estratégia da Secretaria para este ano será ampliar a cobertura de notificações de casos de violência aos AMAs (Assistência Médica Ambulatorial) e UBSs (Unidade Básica de Saúde).
O ginecologista e obstetra Jefferson Drezett, diretor do Núcleo de Atenção Integral à Mulher em Situação de Violência Sexual do Hospital Pérola Byington, fez um balanço dos atendimentos ao longo dos 15 anos de existência do Hospital (1984-2008). Ele apontou a forte exposição do sexo feminino ao abuso e sobre a identificação dos agressores.
“Na maioria dos casos os autores do crime são altamente identificáveis uma vez que são pais e padrastos, mas há o silêncio velado, as ameaças invisíveis”, disse. “As vítimas não notificam as autoridades e para chegar ao nosso conhecimento é preciso um agravamento da situação, como a própria gravidez decorrente do abuso”. O médico afirmou que todos os atendimentos – ao todo 10.839 - foram notificados ao Conselho Tutelar e às Varas da Infância e Juventude.
O psicólogo e vice-presidente do Instituto Zero a Seis, Ivan Melo, falou sobre a formação de uma criança, que acontece dos 0 aos 5 anos, mesma fase de geração do cérebro moral de um indivíduo que reflete em seu respeito para com o próximo e em ações futuras. O psicólogo levou a informação de que um relato de uma criança é reproduzido por nove vezes para diferentes profissionais e que por isso muitas vítimas desistem de denunciar e os casos são arquivados.
Por último, a psicóloga Lucia Williams do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) mostrou um estudo que atesta ser o abuso sexual contra a criança o delito menos denunciado no mundo em decorrência de ameaças e de complicações pelo fato de, na maioria dos casos, o agressor fazer parte da família. Por isso, segundo a psicóloga, pesquisas apontam que 90% dos casos nunca foram notificados.
Estiveram presentes na reunião da CPI os vereadores Marcelo Aguiar (PSC), presidente; Quito Formiga (PR), vice-presidente; Carlos Alberto Bezerra Jr. (PSDB), relator; Juliana Cardoso (PT); Sandra Tadeu (DEM); Floriano Pesaro (PSDB) e Netinho de Paula (PC do B).
Aline Bernardo
Primeira a palestrar, a representante da Secretaria Municipal da Saúde, Mariângela Aoki, apresentou à comissão os trabalhos prestados pela pasta, entre eles a prevenção e promoção da cultura de paz. A violência intrafamiliar a que estão submetidas crianças e adolescentes acontece pela vulnerabilidade da vítima, mesmas condições em que se encontram mulheres e idosos. A estratégia da Secretaria para este ano será ampliar a cobertura de notificações de casos de violência aos AMAs (Assistência Médica Ambulatorial) e UBSs (Unidade Básica de Saúde).
O ginecologista e obstetra Jefferson Drezett, diretor do Núcleo de Atenção Integral à Mulher em Situação de Violência Sexual do Hospital Pérola Byington, fez um balanço dos atendimentos ao longo dos 15 anos de existência do Hospital (1984-2008). Ele apontou a forte exposição do sexo feminino ao abuso e sobre a identificação dos agressores.
“Na maioria dos casos os autores do crime são altamente identificáveis uma vez que são pais e padrastos, mas há o silêncio velado, as ameaças invisíveis”, disse. “As vítimas não notificam as autoridades e para chegar ao nosso conhecimento é preciso um agravamento da situação, como a própria gravidez decorrente do abuso”. O médico afirmou que todos os atendimentos – ao todo 10.839 - foram notificados ao Conselho Tutelar e às Varas da Infância e Juventude.
O psicólogo e vice-presidente do Instituto Zero a Seis, Ivan Melo, falou sobre a formação de uma criança, que acontece dos 0 aos 5 anos, mesma fase de geração do cérebro moral de um indivíduo que reflete em seu respeito para com o próximo e em ações futuras. O psicólogo levou a informação de que um relato de uma criança é reproduzido por nove vezes para diferentes profissionais e que por isso muitas vítimas desistem de denunciar e os casos são arquivados.
Por último, a psicóloga Lucia Williams do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) mostrou um estudo que atesta ser o abuso sexual contra a criança o delito menos denunciado no mundo em decorrência de ameaças e de complicações pelo fato de, na maioria dos casos, o agressor fazer parte da família. Por isso, segundo a psicóloga, pesquisas apontam que 90% dos casos nunca foram notificados.
Estiveram presentes na reunião da CPI os vereadores Marcelo Aguiar (PSC), presidente; Quito Formiga (PR), vice-presidente; Carlos Alberto Bezerra Jr. (PSDB), relator; Juliana Cardoso (PT); Sandra Tadeu (DEM); Floriano Pesaro (PSDB) e Netinho de Paula (PC do B).
Aline Bernardo
0 comentários:
Postar um comentário